Ninkasi, a Deusa da Cerveja

Ninkasi é a antiga deusa sumeriana da cerveja, que transformou uma mistura de água e cevada em um líquido dourado, conhecido hoje como cerveja.

Era uma deusa muito popular que fornecia cerveja aos deuses. Ela era considerada a própria personificação da cerveja.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Cervejas artesanais: alto preço da bebida em certos locais ainda assusta consumidores


Por Paulo Pestana

Distraído, entrou no bar para pedir uma cerveja. O dia havia sido pesado, cheio de reuniões chatas e pouco efetivas, como são todos os encontros na empresa. A boca salivava por uma gelada, quando notou alguns rótulos diferentes no balcão. Escolheu uma 3 Lobos Pele Vermelha de gargalo longo — dessas que acima do Ceará chamam de long neck — servida a uma temperatura levemente superior às cervejas que ele tomava normalmente.

Estranhou também o sabor extra-amargo da Indian Pale Ale, mas gostou; desceu bem, era o que ele precisava. Tomou tudo ali mesmo no balcão em poucos goles e pediu a conta. Aí o caldo engrossou. Educadamente, achou que havia algo errado, e alertou:

— Amigo, foi só uma cerveja.

O rapaz olha o papelzinho da conta e sem levantar os olhos diz:

— É isso mesmo: trinta reais.

Atordoado, puxou o cartão e pagou. Crédito. Foi a primeira vez que ele pagou uma cerveja no cartão de crédito — mas não pretende dividir em mais de uma prestação. Saiu do bar imaginando se o preço foi mais amargo que o líquido.

Vamos aos fatos: R$ 30 por uma garrafinha de 355 ml de cerveja fabricada em Belo Horizonte, por melhor que seja, é um abuso. E olha que o lúpulo tcheco que faz parte da receita foi comprado antes da alta do dólar; o que faz imaginar que o preço vai salgar — ou amargar — ainda mais na próxima remessa.

Eu tenho um fraco pelo forte sabor das chamadas cervejas artesanais (que, cá para nós, são feitas e processadas industrialmente mesmo). A preferência é pelas IPA, cerveja de tom escuro e sabor durável, nada refrescante; mas não recuso uma dubbel — também escura e forte, com dupla fermentação; a última delas na própria garrafa, fechada à rolha — e nem uma blonde-ale, mais suave, ainda assim de sabor intenso.

Não sou um sabereta. Aliás, sei muito pouco de cerveja. Talvez por isso não consiga apreciar uma cerveja de trigo que, na minha leiga opinião, dá a sensação de ter-se engolido um pão de forma inteiro e sem fatiar. Também não me dou bem com cervejas artesanais de verdade, quase sempre fermentadas à força e com exagero, facilitando a aproximação da azia.

Mas como todo cervejeiro (consumidor), tenho uma lista de preferências. Esta semana ela está assim: em primeiro, a Kashmir, da Kud; depois, Wäls dubbel, seguida da ale Medieval — que é vendida com a tampinha lacrada à cera como um documento secreto; e, finalmente, a 3 Lobos (American Ipa ou American Ale). A coincidência é que todas são fabricadas em Belo Horizonte e custam os olhos da cara — portanto, a recomendação de beber com moderação é mais destinada ao bolso do que por causa do álcool.

Mas como eu não tenho o menor respeito pelas minhas próprias opiniões, basta o sol esquentar que ninguém me tira do caminho de uma Antarctica faixa azul ou da Original. E, se possível, abaixo de zero, entorpecendo as papilas gustativas na entrada, mas recompensando o paladar com o chamado retrogosto. Saúde.

Fonte: Divirta-se Mais

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